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Novo coronavírus é descoberto em morcegos no Brasil e acende alerta para vigilância sanitária

  • Foto do escritor: Juliano Mix
    Juliano Mix
  • 3 de nov.
  • 3 min de leitura

Uma nova descoberta científica reacendeu o debate sobre o risco de futuras pandemias. Pesquisadores brasileiros, em colaboração com cientistas estrangeiros, identificaram um novo tipo de coronavírus em morcegos encontrados no Brasil, batizado de BRZ batCoV. O vírus apresenta semelhanças genéticas com o SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de covid-19, e com o MERS-CoV, causador da síndrome respiratória do Oriente Médio em 2012.


A pesquisa, divulgada na última segunda-feira (27), ainda está em fase preliminar e foi publicada na plataforma científica bioRxiv, aguardando revisão por pares. Embora o estudo tenha gerado apreensão, não há evidências de que o novo vírus infecte humanos ou represente risco imediato de transmissão. Mesmo assim, o achado reforça a importância do monitoramento contínuo de vírus em animais silvestres — especialmente os morcegos, conhecidos por abrigarem uma ampla variedade de vírus com potencial zoonótico.


O que os cientistas descobriram


As amostras analisadas foram coletadas em morcegos capturados em áreas rurais e florestais dos estados do Maranhão e São Paulo. Em um exemplar da espécie Pteronotus parnellii, encontrado em Riachão (MA), os pesquisadores identificaram o genoma de um novo coronavírus, o BRZ batCoV.


O que mais chamou atenção foi a presença da proteína spike, estrutura utilizada pelo vírus para se ligar e invadir as células hospedeiras. A proteína spike do BRZ batCoV apresenta semelhanças importantes com a do SARS-CoV-2, o que sugere que, evolutivamente, o vírus possui mecanismos que poderiam facilitar a infecção em mamíferos.


O estudo também identificou no novo vírus uma sequência conhecida como sítio de clivagem da furina — um elemento-chave que permite a ativação da proteína spike e facilita a entrada do vírus nas células. Essa mesma característica está presente em vírus altamente transmissíveis, como o da covid-19, o Ebola e algumas variantes da gripe aviária.


Segundo os autores, essa descoberta mostra como certas adaptações evolutivas podem surgir naturalmente em diferentes famílias de vírus, sem necessariamente representar um risco imediato à saúde humana.


Por que a descoberta é importante


A identificação do BRZ batCoV não significa que uma nova pandemia está prestes a começar, mas alerta para a necessidade de vigilância genômica constante. A América do Sul ainda é considerada uma região pouco estudada em comparação com a Ásia, onde diversas zoonoses — doenças transmitidas de animais para humanos — foram detectadas nas últimas décadas.


Os cientistas reforçam que monitorar a diversidade viral em animais silvestres tropicais é fundamental para antecipar possíveis riscos e evitar que um novo vírus evolua para infectar humanos. Esse tipo de pesquisa permite compreender melhor como vírus emergentes se adaptam, ajudando na prevenção de surtos e no desenvolvimento de estratégias de resposta rápida.



Pandemia pode voltar? O que se sabe até agora



  1. O que foi descoberto?


    Um novo tipo de coronavírus foi identificado em morcegos do Maranhão e de São Paulo, com semelhança genética ao SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de covid-19.

  2. Por que a descoberta é relevante?


    O vírus contém o sítio de clivagem da furina, sequência reconhecida por uma enzima humana que ativa a proteína spike — o “gancho” usado pelo vírus para se prender às células.

  3. Há risco para humanos?


    Até o momento, não. Não há nenhuma evidência de que o BRZ batCoV consiga infectar pessoas ou seja transmitido entre humanos.

  4. Onde foi publicada a pesquisa?


    O estudo está disponível na bioRxiv, um repositório de pré-publicações científicas, e ainda será avaliado por outros pesquisadores.

  5. O que acontece agora?


    O artigo reforça a importância de investimentos em vigilância genômica, especialmente na América do Sul, para detectar precocemente vírus com potencial zoonótico e evitar futuras crises sanitárias.


Um alerta para o futuro


Embora o estudo ainda esteja em fase inicial, a descoberta do BRZ batCoV reforça uma lição deixada pela pandemia de covid-19: a prevenção começa com a ciência. Pesquisas como essa ajudam a entender os mecanismos que tornam certos vírus mais perigosos e a identificar possíveis ameaças antes que cheguem aos seres humanos.


O desafio, agora, é fortalecer os programas de vigilância em saúde, ampliar o monitoramento de vírus em animais silvestres e investir em colaborações internacionais. Segundo os cientistas, é apenas com vigilância contínua, transparência e cooperação que será possível evitar que uma nova pandemia nos pegue de surpresa.


Conclusão:

Apesar de não representar um risco imediato, o novo coronavírus descoberto em morcegos brasileiros é um alerta importante para a ciência e a saúde pública. Ele mostra que a natureza continua a evoluir e que a humanidade precisa permanecer atenta. A vigilância científica é a melhor ferramenta para garantir que a história da covid-19 não se repita.

Redação: Folha de Três Barras

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