Por que estamos tão cansados? A exaustão emocional silenciosa da vida moderna
- Jota Júnior

- 9 de nov.
- 2 min de leitura
Vivemos em um mundo que nunca desliga.
Antes mesmo de levantar da cama, já estamos conectados: mensagens, notificações, cobranças, expectativas — do trabalho, da família, do mundo e, principalmente, de nós mesmos.
A correria virou identidade.
O cansaço, uma espécie de troféu.
Estar sempre disponível virou padrão — e descansar parece quase pecado.
Mas existe um custo silencioso nisso tudo: estamos emocionalmente exaustos.
Não é apenas sono acumulado.
Nem falta de férias.
É um desgaste profundo — da mente, do corpo e das emoções — que aparece de formas sutis:
Irritação constante
Falta de paciência com quem amamos;
Desconexão de si mesmo;
Sensação de vazio, mesmo produzindo tanto;
Dificuldade de concentração;
Ansiedade e inquietação;
Culpa ao descansar;
Se você se reconheceu aqui, saiba: você não está sozinho.
No consultório, recebo diariamente pessoas que vivem sob a mesma pressão invisível — adultos que precisam ser fortes o tempo todo, crianças que já sofrem com ansiedade, adolescentes que se sentem insuficientes antes mesmo de descobrir quem são.
Estamos adoecendo não por falta de capacidade, mas por excesso de exigência e falta de pausa emocional.
O que fazer?
Não existe fórmula mágica, mas existem caminhos:
Estabeleça limites — inclusive com o celular
Permita-se descansar sem culpa
Pratique o silêncio, mesmo que por dois minutos;
Cultive vínculos reais, presença, toque;
Priorize sono e pequenas pausas ao longo do dia;
Aprenda a dizer “não” sem precisar justificar tudo;
Movimente o corpo — atividade física regular; melhora humor, foco e energia;
Cuide da alimentação — nutrientes; equilibrados fortalecem corpo e mente;
Nutra a vida espiritual — fé, propósito, silêncio interno ou práticas contemplativas ajudam a sustentar emocionalmente.
A saúde mental também nasce do corpo, das relações e do sentido que damos à vida.
E talvez o mais importante:
Não precisamos dar conta de tudo. Precisamos aprender a nos escutar.
Esta coluna nasce para isso — para abrir espaço para conversas honestas sobre saúde emocional, psicopatologia, transtornos do neurodesenvolvimento, relações, vida, infância, família e as dores e belezas de ser humano.
Um espaço para compreender o comportamento, reconhecer vulnerabilidades e construir caminhos possíveis para uma vida emocional mais equilibrada e consciente.
Aqui, não vamos romantizar a força.
Vamos honrar o cuidado.
Seja bem-vindo. Que este seja um encontro semanal de respiro, reflexão e acolhimento — para você, e também para mim.
Porque, no fim, todos estamos aprendendo a viver nesse mundo acelerado, buscando o mesmo lugar:
Um pouco mais de leveza e presença na nossa própria vida.

Redação: Veridiana Dranka Prust/Psicóloga



















































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